O que o mercado de eventos aprende com a crise

31 de Mar de 2020 - 8 min de Leitura

Não é novidade para nenhum de nós, estamos vivendo uma fase de desestabilização. Com isso, podemos tratar o momento com coragem e criatividade, visando ideias que auxiliem aqueles que precisam ou então podemos olhar tudo com pessimismo e com pouca empatia.

Além disso, a palavra do momento é recessão, ou seja, você deve estar revendo gastos, replanejando todo o seu ano, suas metas e considerando três vezes mais no que investir. Nesses casos, o foco é em investimentos básicos, como: alimentação, saúde, educação e necessidades que você considera básica.

A pandemia causada pelo coronavírus (Covid-19) causou impactos nos mais diversos setores econômicos ao redor do mundo. Uma indústria afetada imediatamente pela transmissão do vírus foi o mercado de eventos, que precisou tomar medidas de cancelamento ou reagendamento dos encontros.

Para que você tenha uma ideia, grandes eventos marcados para os primeiros meses de 2020 foram cancelados ou transferidos para o segundo semestre, indicando uma perspectiva de melhora para os meses finais do ano. As alterações nas datas de realização dos encontros foram motivadas por se tratarem de conferências ou feiras com certo número de pessoas participantes, como no caso da SXSW, um dos maiores eventos de tecnologia do mundo, que aconteceria neste mês, em Austin.

O mercado de eventos teve de abrir sua mente para novas possibilidades, na produção de conteúdo e na prospecção de novas métricas. Para muitos, o reagendamento de um evento impacta diretamente no fluxo de caixa e na contratação de mão de obra, por exemplo. Mas você pode estar se perguntando: “Marcus, isso está impactando a Gramado Summit? Existe a possibilidade de não termos evento em 2020?”

Para a tranquilidade de todos, não existe qualquer possibilidade, mas certamente esse é um questionamento frequente dos organizadores de evento. O que acontece com o nosso setor é que nossa receita é, na maioria das vezes, super variável, mas as despesas são fixas, certo? Logicamente, a entrada de recurso e de despesas se torna ainda maior próximo ao evento.

Com o objetivo de não sofrer com esses impactos, em 2018 criamos um modelo de negócio na Summit, baseado em uma palavra que gostamos muito: recorrência. Essa estratégia se mostrou ainda mais forte durante esse período de crise. Nossos recebíveis, firmados em contratos, são parcelados durante o ano todo. Nesses casos, a entrada de recursos é fixa. Temos o controle dos recebimentos, e a constância faz com que a Summit se mantenha e que nosso evento saia do papel e, que, principalmente, mantenha nossa equipe forte. Assim, é possível prospectar crescimentos, investimentos e planejar as dimensões que a empresa pode tomar.

Esse é o momento certo para repensar formas de enxergar o seu modelo de negócio. Se é preciso investir em um planejamento a longo prazo. Se você está localizado no setor de eventos, esse deve ser um questionamento constante. É preciso gerar resultados positivos, tanto para a empresa idealizadora, quanto para os expositores ou participantes. A fixação deve ser a mesma! O mais importante é lembrar que o case da Summit não têm uma receita pronta, nos reinventamos a todo o momento, principalmente em tempos de crise.

Acima de tudo, é preciso ter plena certeza das entregas que seu produto proporciona ao cliente final. É entender que cada detalhe precisa ser analisado com muito cuidado, sabendo que no final, sua maior responsabilidade é transformar de alguma forma a vida de quem está presente.

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